quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Estadio da doença/ Tipo de tratamento

O tratamento do cancro da mama implica um trabalho conjunto de vários especialistas que determinam a melhor estratégia para cada doente. Em traços gerais pode ser dito que a maior parte das doentes com cancro da mama é tratada com cirurgia, radioterapia e tratamento médico (quimioterapia e outras modalidades).

São fatores determinantes para a seleção do tratamento a idade e o estado pré ou pós menopáusico, o estadio da doença e os subtipos de doença  (presença de recetor de estrogénio, de HER2 ou a asuência de qualquer deles).

Com base no estadiamento do cancro da mama, é possível determinar o tratamento mais adequado:

Estadio 0 – as opções terapêuticas incluem a cirurgia e a radioterapia
Caso estejamos na presença do receptor de estrogénio (RE+) poderá ser administrada uma terapêutica hormonal antiestrogénica;

Estadio I – as opções terapêuticas incluem a cirurgia e a radioterapia
Caso estejamos na presença do receptor de estrogénio (RE+) poderá ser administrada uma terapêutica hormonal antiestrogénica.
No caso de evidenciar igualmente a presença do factor de crescimento epidérmico tipo 2 (HER2+), geralmente o tratamento passa também pela administração de terapêutica dirigida antiHER2. O tratamento por quimioterapiapoderá ser considerado;

Estadio II - as opções terapêuticas incluem a cirurgia, a radioterapia e geralmente também a quimioterapia
Se o receptor de estrogénio (RE+) terapêutica hormonal antiestrogénica. 
Se fator de crescimento epidérmico tipo 2 (HER2+),  terapêutica dirigida antiHER2;

Estadio III – as opções terapêuticas incluem a cirurgia, a radioterapia e aquimioterapia
Se o receptor de estrogénio (RE+) terapêutica hormonal antiestrogénica. 
Se fator de crescimento epidérmico tipo 2 (HER2+),  terapêutica dirigida antiHER2;

Estadio IV – neste estadio, o tratamento é individualizado, mas inclui necessariamente terapêutica sistémica seja com terapêutica hormonal antiestrogénicaterapêutica dirigida antiHER2 ou quimioterapia.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Factores de Risco do Cancro da Mama


Hoje quero partilhar convosco quais os factores de risco, que estão associados ao cancro de mama.
Apesar de não haver uma causa específica, alguns são os factores que contribuem para o risco aumentado da doença. Estes factores dividem-se em dois sub-grupos.

Factores de risco major: são aqueles que aumentam realmente o risco de vir a ter um cancro da mama (mais de duas vezes o risco da população geral).

Idade: a possibilidade de ter cancro da mama aumenta com o aumento da idade.

História familiar: o risco de ter cancro da mama aumenta quando há história familiar de cancro da mama. Se a mãe, a tia ou a irmã tiveram, especialmente em idade jovem (antes dos 40 anos) o risco aumenta.
Ter outros familiares com cancro da mama, do lado materno ou paterno pode, também, aumentar o risco .

Em situações de história familiar de cancro da mama faz-se a consulta de aconselhamento genético, onde é cálculo do risco para a existência de uma alteração genética, e possivelmente a pesquisa de mutações.

Alterações genéticas (mutações): alterações em determinados genes, como BRCA1BRCA2, aumentam o risco de ter cancro da mama.

Presença de células anormais na mama: a presença de determinado tipo de células anormais, como acontece na hiperplasia atípica ou no carcinoma lobular in- situ, aumenta o risco de cancro da mama.

Radioterapia na zona do peito: mulheres que tenham sido irradiadas na zona do peito antes dos 30 anos, incluindo as mamas, têm risco aumentado para cancro da mama.

Factores de risco minor: são aqueles em que o aumento de risco é muito ligeiro.

História menstrual prolongada: mulheres que tiveram a primeira menstruação em idade precoce (antes 
dos 12 anos), que tiveram uma menopausa tardia (depois dos 55 anos) ou que nunca tiveram filhos (nuliparidade), estão em risco aumentado para cancro da mama.

Primeira gravidez de termo depois dos 30 anos de idade

Terapêutica hormonal de substituição: mulheres que fazem terapêutica hormonal para a menopausa, durante 5 ou mais anos após a menopausa, parecem apresentar maior possibilidade de desenvolver cancro da mama.

Etnia (ou raça): o cancro da mama surje com maior frequência em mulheres caucasianas (brancas), comparativamente a mulheres latinas, Asiáticas ou Afro-Americanas.

Obesidade depois da menopausa: as mulheres que são obesas ou que têm grande aumento de peso, depois da menopausa, têm risco aumentado para cancro da mama. 
Falta de exercício físico: mulheres que não fazem exercício físico, durante a sua vida, parecem ter um risco aumentado para cancro da mama.

Álcool: alguns estudos sugerem haver uma relação entre a maior ingestão de bebidas alcoólicas e o risco aumentado para cancro da mama.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Estadiamento do Carcinoma da Mama


O estadiamento do carcinoma da mama, à semelhança de quase todos os outros, é realizado mediante 
a classificação TNM, que avalia:
                            T- Tamanho do tumor;
                            N- Nº de gânglios invadidos
                            M- Metastização à distância.  

As imagens seguintes mostram-nos 
os vários estadios da doença. 

Convém lembrar que em estadios mais iniciais a probabilidade de cura é maior, daí  que um diagnóstico antecipado seja fundamental.







Consulte o seu médico. 
Faça a palpação mamária. 
Faça ecografia. 
Faça mamografia a partir dos 40 anos. 

Assim, estará no bom caminho para um 
diagnóstico precoce que lhe poderá salvar a vida.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

O toque que pode salvar vidas





Ainda continuando a falar de cancro de mama, não podia deixar de partilhar convosco esta imagem e este vídeo sobre o auto-exame da mama. O auto-exame, consiste na palpação da glândula mamária e deve ser realizado uma vez por mês, após a menstruação. 
Esta medida simples pode ajudar a detectar pequenas tumefacções na mama, ainda em estadios iniciais. Vejam e aprendam!!!



terça-feira, 9 de julho de 2013

Tipos de Carcinoma da Mama

Queridos leitores, continuando a esmiuçar o tema "Cancro da Mama", deixo hoje aqui algumas considerações sobre os tipos de carcinoma mais comuns.


Por norma, o cancro de mama tem inicio nas células dos lóbulos, as glândulas produtoras de leite, ou nos ductos, que drenam o leite dos lóbulos até o mamilo. Os carcinomas de mama têm muitas características que ajudam a determinar o melhor tratamento.

Carcinoma da mama não-invasivo: permanece nos ductos lactíferos ou nos lóbulos da mama. Este tipo de cancro não se espalha ou afecta os tecidos normais, dentro ou fora da mama. Muitas vezes é denominado de carcinoma in situ.
Carcinoma da mama invasivo: ocorre quando o cancro já invadiu os tecidos normais. Na mama, a maioria dos cancros é do tipo invasivo.

Carcinoma da mama metastático: ocorre quando as células cancerígenas atingem outras partes do corpo, através do sistema linfático.


CDIS (Carcinoma Ductal In Situ): inicia-se no interior dos ductos do leite. É o tipo de cancro não-invasivo mais comum. Este tipo de carcinoma não é fatal, mas aumenta o risco de desenvolver um carcinoma invasivo
Tratamento: cirurgia de remoção total (mastectomia) ou cirurgia parcial/conservadora, seguida de radioterapia.
CDI (Carcinoma Ductal Invasivo): origina-se no ducto lactífero e propaga-se para os tecidos normais, adjacentes. É o tipo de cancro da mama mais comum (75% a 85%).
CLIS (Carcinoma Lobular In Situ): geralmente diagnosticado antes da menopausa (40 e 50 anos). Caracteriza-se por um crescimento excessivo das células dos lóbulos, que produzem o leite. As pessoas diagnosticadas com CLIS tendem a ter mais de um lóbulo afectado e têm maior risco de desenvolver cancro da mama invasivo.
CLI (Carcinoma Lobular Invasivo): é o segundo tipo de cancro da mama mais comum. Origina-se no interior das glândulas produtoras de leite (lóbulos), mas rapidamente se espalha para os ductos e tecido normais envolventes. Tende a ocorrer em idades mais avançadas (60 anos). Alguns estudos sugerem que a utilização de terapia de substituição hormonal durante e após a menopausa, podem aumentar o risco de desenvolver esta neoplasia.

Doença de Paget: situação rara, frequentemente detectada por alterações no mamilo como uma erupção vermelha que pode dar comichão ou ser dolorosa. Pode ocorrer também retracção mamilar. Cerca de metade das mulheres com a doença de Paget apresentam um nódulo debaixo do mamilo e a maioria apresenta um cancro da mama invasivo, ou pré-invasivo ou “in situ”.


Carcinoma inflamatório da mama: este é um cancro agressivo mas pouco frequente. Corresponde a cerca de 1-3% de todos os cancros da mama. Associado ao carcinoma que pode ser de qualquer tipo, aparecem sinais inflamatórios da mama (mama vermelha e quente).

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Cancro da Mama

O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres e corresponde à segunda causa de morte por cancro, na mulher.

Anualmente, em Portugal, são detectados cerca de 4500 novos casos de cancro da mama, e 1500 mulheres morrem com esta doença. Mesmo assim cerca de 1% de todos os cancros da mama ocorrem no homem.                  
                                                                  Glândula Mamária

A mama é uma glândula que pode produzir leite.
Cada mama assenta nos músculos do peito (peitorais) que cobrem as costelas.
A mama encontra-se dividida em 15 a 20 secções, os chamados lobos. Estes, por sua vez, dividem-se em lobos mais pequenos, chamados de lóbulos.
Os lóbulos contêm grupos de pequenas glândulas que produzem leite.
O leite flui dos lóbulos através de uns tubos finos, os ductos, até ao mamilo.
O mamilo é o centro de uma área escura de pele, a aréola.
O espaço entre os lóbulos e os ductos é preenchido com gordura.
Detecção precoce do cancro da mama
Quando o cancro é detectado precocemente, a probabilidade do tratamento ser eficaz e bem sucedido é muito mais elevada. Assim, é extremamente importante fazer exames de rastreio, antes de surgirem quaisquer sinais ou sintomas, pois só assim se poderá detectar e tratar precocemente o cancro.
Mulheres com 40 anos ou mais, devem fazer uma mamografia (raio-X da mama) anualmente ou em cada dois anos, para rastreio deste tipo de cancro. Caso haja história familiar desta patologia a mamografia pode ser efectuada antes desta idade.

O auto-exame da mama e o exame clínico também são deveras importantes no despiste de nódulos e quistos da mama que poderão tratar-se de um cancro.
Sinais de alerta 
O cancro da mama pode causar alterações físicas visíveis, que devem ser observadas com atenção. Eis uma imagem que exemplifica muito bem todos os sinais de alerta que não se podem deixar passar em branco...


Cancro: noções básicas


O cancro é a proliferação anormal de células. Tem início nas células; um conjunto de células forma um tecido e, por sua vez, os tecidos formam os órgãos do nosso corpo. Normalmente, as células crescem e dividem-se para formar novas células. No seu ciclo de vida, as células envelhecem, morrem e são substituídas por novas células.
Algumas vezes, este processo ordeiro e controlado corre mal: formam-se células novas, sem que o organismo necessite e, ao mesmo tempo, as células velhas não morrem. Este conjunto de células extra forma um tumor.